Em março a Agência Europeia de Medicamentos aprovou o novo nome da vacina AstraZeneca, agora chamada Vaxzevria.
Vaxz… que? Pode-se dizer que o novo nome comercial da “Covid-19 vaccine AstraZeneca” não é muito fácil de pronunciar ou memorizar, pelo menos para os brasileiros.
Em um momento em que novas mortes por trombose supostamente relacionadas à vacina são anunciadas, é claro o interesse de que o laboratório anglo-sueco teria que dissociar o bad buzz sobre o produto a partir da imagem de seu fabricante.
Esse é o interesse de um nome de produto diferente do da empresa: ele se funde. Mais ou menos, é claro. Mas mesmo assim.
Nos casos de Dietilestilbestrol e ainda mais recentemente do Mediador, o público em geral muitas vezes esqueceu os nomes dos laboratórios por trás dos produtos.
Esta operação pode ter sido interpretada por alguns como uma tentativa de desvio, mesmo que
a AstraZeneca seja obrigada a nomear sua especialidade.
O timing também questiona: tarde demais (Eles deveriam ter escolhido um nome desde o início) ou muito cedo, porque ainda estamos no meio da controvérsia/polemica.
Em uma situação de crise, algumas pessoas lembram de seus produtos.
Um processo (muito) caro, mas às vezes criterioso, especialmente quando a empresa é de um único produto. Assim, Perrier, para preservar sua imagem de pureza, recolheu todas as suas garrafas em todo o mundo quando vestígios de benzeno foram descobertos em algumas garrafas nos EUA.
Novo nome, novo espírito, novo projeto de negócios…
Será que o novo nome comercial da vacina permitirá que a AstraZeneca proteja sua imagem, para reduzir o clima de desconfiança, ainda mais acentuado pelas reduções na entrega?
A curto prazo, é claro que não.
O novo nome não parece ser retomado pelos jornalistas. Ainda é “a vacina AstraZeneca”. Como falamos da “vacina Pfizer” -na verdade Pfizer BioNTech – que, no entanto, tem um nome: Comirnaty.
A médio prazo, quando novas vacinas forem desenvolvidas para se adaptarem às novas variantes, novos nomes serão necessários para diferenciá-las e as “marcas filhas” poderão finalmente proteger sua “marca-mãe” ? A seguir…